Rinoplastia Fechada – Descrição de Caso

Rinoplastia Fechada - Descrição de Caso 1

Rinoplastia Fechada - Descrição de Caso 2

Rinoplastia Fechada - Descrição de Caso 3

Dando continuidade à nossa jornada de conhecimento sobre o “Universo da Rinoplastia”, hoje iremos fazer nossa primeira descrição de caso cirúrgico no blog, de forma didática, para melhor compreensão do que realizamos estruturalmente na rinoplastia. Os procedimentos descritos visam um nariz belo e funcional ao mesmo tempo, enquanto preservamos, é claro, o sigilo e identidade do paciente.

Neste caso, o cliente tinha como queixas: rinite, obstrução nasal crônica (pior no lado direito, devido ao desvio septal para esse lado ), além de insatisfação estética com a ponta nasal (achando-a caída e volumosa), com a giba em dorso e com a base óssea alargada, ou seja, com o seu tamanho e volume como um todo.

Já com toda a equipe paramentada, o primeiro passo cirúrgico foi a limpeza de pele do nariz e o seu entorno com uma solução antisséptica tópica. Depois realizamos infiltração de todo o nariz com uma solução contendo anestésico, soro fisiológico e adrenalina (diluída), o que auxilia principalmente na redução de sangramento daquela área.

Para aguardar o seu tempo de melhor ação para a rinoplastia, demos preferência por iniciar  a cirurgia pela parte funcional, que consistiu na realização de septoplastia (correção do desvio de septo, com remoção de enxerto septal para ser utilizado na rinoplastia) e turbinectomia dos cornetos nasais inferiores bilateralmente (remoção parcial das principais “carnes esponjosas do nariz” responsáveis pela obstrução nasal).

Após conclusão da cirurgia funcional, iniciamos a rinoplastia, a qual foi realizada por técnica fechada, ou seja, sem qualquer incisão externa. Acessamos o dorso do nariz através de incisão interna entre as cartilagens da ponta nasal e do dorso cartilaginoso. Descolamos essa região dorsal osteocartilaginosa (composta anteriormente por cartilagem e posteriormente por osso) e fizemos uma raspagem da giba e dorso até atingirmos a altura ideal, como programado na avaliação por simulação digital em consulta prévia, numa visão de perfil.

Em seguida, com intuito de se evitar o estigma de “V” invertido (marcação do osso nasal, que aparece no pós operatório, quando se faz uma maior ressecção do dorso), confeccionamos os spreader grafts – que são duas colunas de cartilagem, obtidas através de enxerto septal e que são suturadas na região alta do septo, em cada lado junto com a parede da Cartilagem Lateral Superior de cada lado.

Finalizado a região do dorso nasal, passamos para a abordagem da ponta nasal. Ainda dentro do nariz, realizamos incisões nas margens das Cartilagens Laterais Inferiores para ter acesso total à essa região e exposição ampla dessas cartilagens. Dissecamos um pouco do músculo depressor da ponta nasal, que vai desde o lábio superior até a ponta nasal, entre a porção medial dessas cartilagens, para evitar a força de queda da ponta do nariz em direção ao lábio ao sorrir.

Na porção lateral da Cartilagem Lateral Inferior, realizamos uma incisão em seu maior sentido e a dobramos internamente. Após isso, fixamos com pontos, preservando 8mm na região lateral e 5mm no novo domus (ponto mais alto de projeção que almejamos). Assim, conseguimos retifica-la e reduzimos a sua largura e volume.

Já na região central, introduzimos o strut (“escora” de enxerto do septo) entre as cartilagens laterais inferiores, na região da columela, fixamos com sutura abrangendo todos eles no domus e em níveis inferiormente, além de ancoragem com o septo. Desse modo, obtivemos uma ponta nasal mais delicada, com aspecto menos arredondado e mais definido.

Por fim, ainda internamente, realizamos as fraturas laterais na base óssea do nariz e a aproximamos medialmente, a fim de reduzir a largura do nariz nessa região, deixando-o mais delicado.

Todo esse processo foi realizado tentando respeitar ao máximo o tecido vascular existente por debaixo da pele, buscando sempre um descolamento subpericondral (ou seja, acima da cartilagem e por baixo da “membrana” que a recobre) e, quando no osso, subperiosteal (que fica acima do osso e por baixo da “membrana” que o recobre). Esse cuidado reduz muito a probabilidade de equimose (mancha na pele, de coloração normalmente avermelhada, produzida por extravasamento de sangue quando se atinge alguns vasos que nutrem a pele) e de inchaço local.

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